Você não faz branding

Atualmente vemos a super exposição da palavra branding em cartões de visitas, sites e portfólios de freelancers e de empresas. Cuidado. Eles provavelmente não fazem branding.

Antes de explicar esse ponto um esclarecimento se faz crucial: marca não é a mesma coisa que identidade visual, ou como muitos chamam, logo.

Uma logo é a identidade gráfica de uma empresa. Seu objetivo é identificar seus produtos ou serviços e diferenciá-los da concorrência. É um nome representado graficamente, seja por meio de uma tipografia, de um símbolo ou do conjunto de ambos.




 Já uma marca é o discurso da empresa, é tudo que a representa, em ativos tangíveis (produtos, logo, uniforme) ou intangíveis (atendimento, qualidade, preço). Marca não é o que você fala, e sim o que o público percebe de você. “Uma marca é o sentimento afetivo das pessoas sobre um produto, serviço ou empresa.” Marty Neumeier, autor do livro The Brand Gap

Por isso a logo é apenas um dos componentes que fazem parte da marca.


Marca Red Bull: toda a comunicação, atributos e crenças do público.
Não apenas uma logo em um energético, mas um estilo de vida.

Estabelecido o conceito de marca podemos entender bem o branding. Ele é a gestão de uma marca, ou, em inglês brand management. Branding é o conjunto de práticas e técnicas utilizadas para a construção e o fortalecimento de uma marca.

Não. Fazer branding não é criar uma logo. É gerenciar o valor percebido da sua marca. Isso pode acarretar, ou não, em criar ou redesenhar sua identidade visual, mas essa decisão tem que ser tomada em conjunto com uma série de outros fatores, em prol de um bem maior que é a valorização da sua marca.

O branding não é um processo fácil. Um só designer não faz branding, ele é feito por uma equipe em conjunto com os donos da empresa e demanda tempo e dedicação. Essa equipe visa desenvolver positivamente a reputação de marcas, produtos e organizações e alinhá-las com os objetivos organizacionais e o público almejado.

Um bom branding gera marcas efetivas que trabalham com uma comunicação e um atendimento corporativo de qualidade.

Portanto não se deixe levar por altos preços de profissionais que propõem criar ou redesenhar sua identidade visual sem, ao mínimo, estudar sua marca. Lembre-se que estética é superficial, e teorias vazias de cores e tipos não trazem valor de mercado. Antes de “recolorir” ou “trazer jovialidade” para a sua empresa reflita sobre os valores e comportamentos que você pratica, se há verdade na sua marca.


Ricardo Eletro: críticas à estética da logo e às estratégias adotadas. Mas é uma
das marcas mais valiosas do Brasil, pois sabe ter a personalidade do seu público.


Uma maquiagem, por mais bem feita que seja, não engana o consumidor. O melhor é lavar o rosto e rever seus conceitos.

Esse post foi selecionado para integrar o FOROALFA, reconhecido foro iberoamericano de design, confira aqui (artigo em português) e aqui (artigo em espanhol).

2 coments

Um artigo pertinente e interessante, mas com um problema de fundo... identidade visual é mais que um logo. E a definição de logo está muito incompleta...

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Daniel Raposo,
obrigada por ler e comentar! O artigo não entra nos detalhes da terminologia por não ser o foco, mas realmente seria interessante contemplar melhor o significado desses termos e esclarecer bem as diferenças entre cada um. Obrigada pelo comentário tão válido.

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