Como sua marca pode usar o Snapchat

Se você é um empreendedor em dia com as novidades do mercado certamente conhece o aplicativo Snapchat. Por ser relativamente novo agora que as marcas começam a entendê-lo e a utilizá-lo para se promoverem, ou seja, a concorrência ainda é pequena e o engajamento com os usuários tem se mostrado muito positivo.

Como você sabe estamos sempre de olho nas últimas tendências e trazemos o máximo de informação para que você possa utilizar esse conhecimento à favor da sua marca. Hoje vamos dar dicas de como você pode estruturar sua marca na plataforma do Snapchat.


SOBRE O SNAPCHAT

O funcionamento do Snapchat é relativamente simples, você envia uma foto ou um vídeo e escolhe quantos segundos ele será exibido, depois disso ele se auto destrói. Consiste em uma troca de informações rápidas enviadas entre usuários. Nós já falamos sobre o Snapchat aqui no blog - no artigo Tendências de Mercado em 2014 - e sobre a sua potencia para atingir o público jovem e ávido por novidades.

Segundo a Nielsen em torno de 350 milhões de snaps são compartilhados todos os dias - esse número se equipara aos uploads do Facebook. O aplicativo é avaliado em torno de 3,6 bilhões de dólares – enquanto o Instagram foi comprado por 1 bilhão.

Como usar snapchat
Snapchat, um aplicativo novo e simples para sua marca se conectar com um público jovem


O PÚBLICO DO SNAPCHAT

O Snapchat fala para um público focado no presente, que se importa em documentar tudo, mas não necessariamente guardar recordações de tudo. A palavra de ordem é efemeridade, o agora e nada mais. O público do Snapchat possui entre 13 e 25 anos dos quais 70% usuários são do sexo feminino.


O SNAPCHAT NÃO É PARA TODOS

O Snapchat é um aplicativo extremamente pessoal e pouco institucional. São momentos íntimos e informações reservadas partilhados entre amigos. Já que as imagens quase nunca podem ser salvas os usuários se sentem mais confortáveis para expor mais particularidades. Amigos falando para amigos.

O aplicativo não é para todos os tipos de marca, somente as que quiserem se conectar com o perfil de usuário do Snapchat e puderem adaptar suas estratégias de marketing para esse modelo de comunicação. Geralmente empresas que vendem produtos se enquadram mais nessas características.


AS MARCAS E O SNAPCHAT

Algumas marcas se tornaram pioneiras em lançar campanhas de marketing e gerar engajamento através do Snapchat, entre elas a rede de fast food Taco Bell, que ficou conhecida pelos seus snaps divertidos.

[Quer receber um material exclusivo sobre o marketing da Taco Bell e outros cases famosos no Snapchat para você se inspirar? Esse conteúdo está disponível exclusivo para assinantes da newsletter, corre lá para assinar!]

Os tipos de ações mais comuns quase sempre envolvem a exclusividade que o aplicativo proporciona: mostrar em primeira mão novos produtos, trazer imagens íntimas e exclusivas (de bastidores, de desfiles), lançar campanhas e concursos únicos, fornecer códigos de desconto, entre outros. Além disso muitas marcas se beneficiam do humor e criam imagens e vídeos divertidos.

A ação/reação deve ser imediata e clara - são até 10 segundos de comunicação – prendendo a atenção do usuário, pois a chance é única. Frases como “Vá para a nossa loja e nos envie um snap!” ou “Nos mostre o seu produto favorito” são exemplos típicos de comunicações efetivas.

Marcas e o snapchat
Exemplos reais de como promocionar e usar o Snapchat

COMO USAR O SNAPCHAT

1. Seguir os usuários
Você pode enviar snaps diretamente para cada pessoa, podendo selecionar o tipo de usuário que receberá a publicação e você pode receber snaps de volta. Porém, como a comunicação é de via dupla você pode acabar perdendo o controle e recebendo inúmeros snaps desnecessários.

2. Snapchat Stories
Nessa opção você pode criar 100 segundos de vídeo e imagem e enviar, em um período de 24h, para toda a sua lista de seguidores. Você consegue criar uma rede de seguidores sem ter que seguir ninguém, porém, se torna uma comunicação de mão única, deixando algumas funcionalidades inacessíveis.

Nossa opinião: O Snapchat ainda é um aplicativo com poucas ferramentas e difícil de se administrar, mas sua capacidade de engajamento é enorme. Assim deixamos a dica para você, só use se a sua marca realmente tiver muito a ver com a plataforma, dá trabalho mas vale a pena!



Cadastre-se e receba nosso conteúdo exclusivo!


Delivered by FeedBurner

Como destacar sua marca na Copa do Mundo

O ano de 2014 representa para o mundo dos esportes uma única coisa: Copa do Mundo. Independente de você ser ou não à favor ela está aí, e em menos de 3 meses ela se torna realidade aqui no Brasil. E como isso afeta as marcas nacionais? Como elas devem se portar para conseguir um espaço nesse concorrido mercado?

A Copa do Mundo movimenta verbas extraordinárias - e duvidosas - que vão desde a infraestrutura até as campanhas publicitárias. "O Brasil espera receber 500 mil turistas estrangeiros e movimentar dezenas de milhões de brasileiros pelas cidades-sede, ao todo os investimentos previstos para Copa do Mundo de 2014 ultrapassam R$ 30 bilhões." (Fonte: Ministério do Turismo).

Nesse cenário as marcas brasileiras tem uma oportunidade única de competir em uma mesma arena que grandes marcas internacionais. O Brasil deve exportar uma imagem global de país moderno, desenvolvido, criativo. Essa imagem depende muito de uma boa atuação de nossas marcas nacionais, pois a identidade institucional criada para a Copa do Mundo 2014 já provou ser um imenso fracasso. Um logo mal estruturado, uma tipografia infantil e falha, um mascote que virou piada, tudo isso parece uma junção aleatória de elementos sem qualquer planejamento prévio.

Identidade visual da Copa 2014, uma junção aleatória de elementos sem qualquer planejamento

Apesar da péssima imagem do marketing e branding brasileiro boas marcas nacionais podem mudar esse paradigma. Sabe como? Confira abaixo algumas dicas.

1. Orgulho de ser brasileiro
A essência brasileira e o fervor do Mundial agora ditam as regras para o marketing global: energia, paixão e alegria são mais importantes que liderança, qualidade e confiabilidade. As marcas nacionais devem estimular o patriotismo do torcedor, criar campanhas motivacionais e tirar proveito do amplo conhecimento que tem de mercado e dos desejos dos consumidores. Ou seja, brasileiro falando para brasileiro gera uma vantagem inerente de mercado.

2. De olho nos Parceiros Fifa
Vale a pena prestar atenção e se inspirar nas ações de 6 grandes marcas mundiais - Adidas, Coca-Cola, Hyndai/Kia, Emirates, Sony e Visa – que pagaram em torno de R$ 230 milhões para a Fifa por um pacote de parceria válido por 4 anos. Essas são as Parceiras da Fifa e vão trazer muita criatividade e branding de qualidade pois estarão presentes em todos os detalhes da Copa. Estipula-se que as Parceiras da Fifa terão acesso à mais de 50% da população mundial. Serão, pelo menos, 4 bilhões de pessoas vendo o evento pela televisão, sem contar todos os outros canais digitais.


3. Entre na festa!
As marcas devem envolver, melhorar a experiência do consumidor e se inserir na festa com uma ativação local e espontânea. As mídias sociais (facebook, instagram, twitter, snapchat, youtube...) são os locais ideais para os brasileiros e estrangeiros poderem compartilhar suas próprias experiências e interagirem uns com os outros.

A grande jogada está em transladar o branding para as mídias sociais e plataformas mobile, para que as marcas estejam mais próximas e presentes a todo o tempo com seu público. Ou seja, se trata de sair dos escritórios e ir para as ruas, gritar, torcer, festejar e facilitar a vida do público aqui presente.


4. Agregue valor
Por fim as marcas devem encontrar um caminho para se inserir no meio da experiência entre o torcedor e o esporte sem serem invasivas. Elas devem conectar esses elos e agregar valor, assim elas podem continuar sua associação a largo prazo, conquistando consumidores não apenas no fervor do Mundial, mas além disso, até que venha a Copa do Mundo de 2018.


Esperamos que a criatividade e a estratégia nacional consigam surpreender o mercado, afinal nós somos brasileiros! O espetáculo de 2014 já está garantido para o público e os consumidores, resta saber se ele vai ter um gostinho de vitória do Brasil.

Não perca! Vamos enviar um material imperdível exemplificando algumas ações de marketing e publicidade das marcas Parceiras da Fifa em 2014 para você se inspirar! Basta se inscrever na nossa newsletter abaixo, pois o material é exclusivo para assinantes.

Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

A evolução das marcas

Confira um resumo da evolução do conceito e do papel das marcas na história. Agora você pode entender como as empresas e os consumidores percebem e interagem com as marcas ao passar do tempo e assim poder se posicionar melhor no mercado.


Evolução das marcas

1. PRODUTO ÚNICO
No início, devido à falta de concorrência de mercado, as empresas não tinham logo e seus nomes eram associados apenas aos produtos que vendiam, pois eram líderes quase absolutas em seus mercados.

2. DIFERENCIAÇÃO
Começa a era industrial, onde a produção se tornou massiva e os consumidores começaram a poder optar por um ou outro produto. Isso obrigou as empresas a se diferenciarem umas das outras. Essa diferenciação era atingida, primariamente, pelos atributos físicos do produto - tal como a forma da embalagem, a cor, ou até mesmo o tamanho do produto – e pelo nome e identidade gráfica que carregavam. Com isso surgiram os primeiros sinais de construção visual com propósito comercial, nasceram os logos e a identidade visual voltados para o consumidor.

3. CONVENCIMENTO
No fim do século XIX e início do século XX, com o aumento da competitividade, se diferenciar não era o suficiente, a empresa tinha também que criar ferramentas para convencer o consumidor a compra-la, então se difunde a publicidade. Os produtos que antes continham uma  “cara” agora passam a se expressar através de uma identidade básica, composta de slogans e anúncios.

4. ICÔNICA
Algumas empresas criaram uma personalidade tão forte que se sobressaíram e se tornaram ícones de mercado, penetrando de maneira profunda na mentalidade do consumidor. A explosão da televisão e das telecomunicações nos anos 50  contribuíram para a difusão massiva dessas empresas. Se difunde o conceito de marcas, como personalidade percebida externamente, e de estratégias de mercado. Os consumidores sentiam como se possuíssem a marca, e a usavam para se expressar e ajudar construir sua própria identidade. Assim a marca afirma definitivamente seu valor comercial e assume seu papel diferenciador.

5. DIÁLOGO
O mercado começa a mudar nos anos 70 e 80, surge a internet e toda a interação de mercado aumenta, tonando o tempo fator determinante. Produtos e serviços vêm e vão e para fixar uma marca é necessário não apenas fornecer um bom produto, mas criar uma boa experiência. As empresas mudam a sua relação com o consumidor e os websites são os novos instrumentos para as estratégias de comunicação. A marca já não impõe a sua personalidade como antes, o monólogo abre espaço para o diálogo com o consumidor, construído por meio de experiências. O ciberespaço é livre e aleatório, onde o consumidor é o ator e toma a iniciativa.

6. ENGAJAMENTO
Com a solidificação da era digital nos anos 90 as marcas necessitam ser cada vez mais transparentes e claras com o seu consumidor, e terem papel ativo na sociedade. As grandes empresas começam a praticar o branding e outros setores não comerciais – tais como universidades, museus, hospitais - entram na onda também. Nascem as campanhas éticas e políticas, onde as marcas tomam partido em questões ambientais e sociais e querem fazer um mundo melhor. E o conceito de marca já não se restringe apenas ao comercial.

7. PERSONIFICAÇÃO
Nos anos 2000 surgem as redes sociais e revolucionam de vez o mercado. As marcas se tornam tão próximas e de fácil acesso que se personificam, ou seja, elas saem do posto de dogmas para se tornarem humanas, muito mais íntimas do seu consumidor. A marca já não está no patamar acima ditando ordens, mas sim no mesmo patamar, onde o consumidor se torna altamente ativo e participa na construção da identidade da mesma. O branding já é muito difundido e amplamente praticado. Posicionar uma marca agora se trata de interagir com o consumidor e saber como os sentimentos dele são relacionados com o seu serviço, ou seja, gerar conexões emocionais e genuínas.

8. CO-CRIAÇÃO
Atualmente estamos em um mercado ditado pela hipervelocidade, a todo momento surgem mídias e os consumidores se tornam ávidos por conteúdo, despejado diariamente em seus smartphones. A linha entre criadores e produtores já não mais existe, o conteúdo pode ser produzido por qualquer um em qualquer lugar. A co-criação, ou seja, a criação conjunta, define esse novo patamar de mercado. O consumidor compartilha informações e troca experiências, se tornando fator ativo nas marcas e assume o principal papel nesse ciclo. Agora uma marca é responsabilidade conjunta, gestores, funcionários, parceiros e consumidores.

Eu produzi esse artigo baseado em conhecimentos e experiências próprias, mas duas referências foram muito importantes para isso:
- Goodyear, Mary (1996), “Divided by a common language: diversity and deception in the world of global marketing,” Journal of the Market Research Society.
- Costa, Juan (2014), “Nascimento e evolução da marca em 7 passos” FOROALFA.


Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

Cadillac - Um anúncio e muita controvérsia

Mês passado a Cadillac, empresa de automóveis de luxo, lançou um comercial sobre o suposto "Sonho Americano" e gerou muita controvérsia com os valores defendidos. A marca resolveu enaltecer um mercado alvo em detrimento de outros e se posicionou claramente sobre os seus valores e suas convicções, sem meias palavras. Isso é um bom branding?


Comercial Cadillac, Poolside (com legendas em inglês) - se não abre veja aqui!

O que você achou? Antes de analisar e nos posicionar à respeito vamos tentar entender mais sobre a marca Cadillac para nos despirmos de pré julgamentos.

A HISTÓRIA
Cadillac Automobile Company é uma marca de automóveis americana que nasceu em 1902, em Detroit. Em 1909 foi comprada pela General Motors e fabricou a primeira limusine do mundo. Nos anos 20 a marca virou queridinha dos artistas de Hollywood e não demorou para que os magnatas, chefes de estado e mafiosos - Al Capone é um ótimo exemplo - aderissem à marca também, como sinal de status e nobreza. Nos anos 50 a marca criou o famoso "rabo-de-peixe", fator que influenciou toda a produção automobilística dos carros americanos da época. Em resumo, é uma marca com um histórico de boas inovações de mercado e com orgulho de ter influenciado na cultura e nos desejos capitalistas dos americanos.

OS VALORES
Durante anos de trajetória, a marca conseguiu criar uma imagem de qualidade (uso de excelentes tecnologias), luxo (fabricaram a primeira limusine do mundo) e design (pioneiros em inserir um designer para projetar ao invés de apenas engenheiros). 
Seu lema: "The Standard of the World" (O padrão do mundo)

O PÚBLICO
Pessoas com alto poder aquisitivo - empresários, chefes de estado, astros do cinema e esporte.


O anúncio vende uma idéia e não um produto, fixa conceitos da marca criando um resumo da imagem e história da empresa. É como se a marca Cadillac se personificasse perfeitamente na pele do ator Neal McDonough e falasse aos seus consumidores. E a mensagem é: trabalhe duro, seja persistente e adquira o tão sonhado status e prestígio social através de um Cadillac. Um exemplo de branding claro, objetivo e bem posicionado com os valores da marca. Ponto pra Cadillac? Ainda não.
Outros países, eles trabalham. Eles caminham pela casa. Eles param para um café. Eles tiram agosto todo de férias. Por que não somos assim? Por que não somos como eles? Porque nós somos loucos, porque acreditamos no trabalho duro, esse é o porque." Comercial Cadillac
O problema é que os valores de "American Way of Life" defendidos dizem respeito à uma filosofia do capitalismo já ultrapassada, velha e paralisada lá nos anos 90. Esses valores não movem mais o mercado como antes e muitos americanos já não querem ser representados por eles. Trabalhar duro, ser persistente e conquistar objetivos é uma ótima filosofia, mas defender um comportamento que inferioriza outras culturas e outros países é reforçar ainda mais uma cultura egocentrista que a maioria dos americanos tenta apagar.
Existem milhares de coisas para se celebrar por ser Americano, mas ser possuído por uma mania cega de se afundar em trabalho, comprar mais coisas e tirar sarro das pessoas dos outros países não é uma delas." The Huffington Post, jornal online americano
Provavelmente 10% dos americanos se sentiram representados nesse comercial - e esse é justamente o público da empresa - mas a grande massa não vive isso e não quer ser vista dessa maneira pelo mundo. O diretor do comercial Craig Bierley explica que a intenção da Cadillac é ser uma "marca provocativa", feita para pessoas que adquiriam o sucesso através de trabalho duro e querem se recompensar através de um carro luxuoso. Em resumo, a marca quis criar uma polêmica ética para chamar a atenção e obter mais publicidade, assim como o caso da Louis Vuitton na Rússia, detestável.

O ator Neal McDonough, muito trabalho, discriminação e ganância para se autopresentear com um Cadillac.

As marcas hoje devem ter um papel educativo e saber que são responsáveis por inspirar muito mais gente do que antes - devido ao caráter global que nos encontramos - e que o devem fazer de uma maneira positiva. Enquanto grandes marcas e grandes líderes se tornam transparentes e abraçam a diversidade de culturas a Cadillac se fecha no seu público, defende e pior, alimenta a ganância e a discriminação para com os demais estilos de vida.

Será que os "Lobos de Wall Street" se aposentaram? A Cadillac torce para que isso nunca aconteça.

Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

"do bem" - uma marca de sucos diferente

Conheça os sucos "do bem" - uma marca genuinamente carioca  com uma identidade forte e original que conseguiu se estabelecer com um valor de mercado bem acima das concorrentes e se expandir pelo Brasil em pouco tempo. Um exemplo de criação e gestão de uma marca efetiva.

A marca de sucos "do bem" está conquistando cada vez mais o mercado. Com um excelente posicionamento - fazer sucos saudáveis e que ofereçam uma experiência empática ao consumidor - a empresa dá uma lição de empreendedorismo, branding e marketing e se consagra no cenário nacional, competindo com preços em média 6 reais mais caros que os concorrentes.

Eu conheci a marca quando fui ao Rio de Janeiro no início do ano e foi amor à primeira vista. Estava andando sem compromisso por um pequeno mercado em Ipanema quando me deparei com as embalagens super criativas, que se destacavam facilmente de todos os concorrentes, peguei uma e parei para lê-la, era tanta simplicidade e transparência de comunicação que senti que tinha feito um novo amigo. Comprei na hora sem pensar em preço, só pela curiosidade de provar e ver se o produto realmente era bom. Não me decepcionei, a qualidade é excelente.

A jornada da marca teve início em 2006, quando um grupo de jovens resolveu produzir sucos mais saudáveis, sem qualquer aditivo químico, com frutas cuidadosamente selecionadas. A ideia era trazer as casas de suco, tão famosas no Rio de Janeiro, para dentro de uma caixinha e transladar essa experiência para dentro da casa do consumidor. A marca foi inserida no mercado em 2007 e passou a competir nas prateleiras dos supermercados com grandes nomes internacionais.


Ao ver o que era feito de mais legal e encontrar a tecnologia certa, ele teve certeza que podia fazer melhor, juntando exatamente o que tinha imaginado: "Uma casa de sucos dentro de embalagens legais". Nossa história, site da marca.

A mídia espontânea gerou uma visibilidade inicial para a marca, pois os produtos eram completamente diferentes do que havia no mercado e a empresa atestava sua produção saudável. Todos queriam provar essa nova marca e ver se ela fazia jus às expectativas criadas. Testes cegos e amostras do produto foram outras estratégias desenvolvidas para prospectar novos consumidores e mostrar que a marca tinha qualidade suficiente para competir com nomes internacionais. Hoje em dia a marca está presente em mais de 3.000 pontos de venda em vários estados brasileiros.

A "do bem" se configurou como produto premium entre os sucos, com uma alta qualidade, mas sua melhor sacada foi falar de "igual para igual" com seu consumidor. Seus donos sabiam que, para um produto tão seletivo e bem feito, uma marca igualmente excelente deveria ser criada, capaz de dar suporte ao produto e explicar os diferenciais do mesmo.

O posicionamento foi estabelecido e mantido desde o princípio e a marca se desenvolveu paralelamente a ele. Desde a escolha do nome "do bem"(em minúsculas mesmo, para manter a informalidade), passando pela a criação gráfica da asa que assina a identidade visual, até o detalhamento das embalagens, tudo foi uma criação uníssona.

"do bem"- posicionamento, identidade visual e gestão de marca, tudo feito ao mesmo tempo e através de uma comunicação uníssona.

O design é limpo, empático e divertido, assim como o jeito carioca. Em toda a comunicação se nota a ausência de fotos ilustrativas de frutas e afins, substituídas por simpáticos desenhos, que personificam o produto e o colocam mais próximo ao público (não são "apenas frutas" são as "frutas do bem"). As cores fortes e alegres remetem ao entorno brasileiro.

Design limpo, empático e divertido, cheio de storytelling para os consumidores.

storytelling é característica forte e presente, a história da marca e de cada produto é contada para que a transparência seja mantida. A marca também faz questão de enfatizar sua nacionalidade totalmente brasileira e mantém a comunicação íntima e gentil, como se falasse individualmente para cada consumidor. A informalidade está presente como ponto de contato e atração do público, jovens consumidores que se preocupam com a sua saúde.

A "do bem" é um claro exemplo do que eu chamo de marca efetiva: EVIDENTE - com um discurso claro em todos os pontos de contato, CONVINCENTE - que convence e inspira seu público, e VERDADEIRA - que cumpre com as expectativas criadas. Através de um discurso efetivo ela incrementou sua capacidade competitiva e conseguiu se diferenciar dos concorrentes.

Uma marca evidente, convincente e verdadeira. Ponto pro Branding da "do bem"!

Esse exemplo de mercado deixa claro que uma boa marca deve ser pensada em todos os pontos de contato e com uniformidade de discurso. Um produto excelente sem uma boa comunicação não vinga, da mesma maneira que uma boa comunicação que não reflete o produto também não cria uma marca efetiva. Busque gerenciar sua marca como um todo e encare a identidade visual como uma comunicação verdadeira com seu consumidor, não apenas o layout bonito que sai barato. Busque a ajuda de um consultor de imagem ou de uma agencia de branding e saiba justificar suas escolhas gráficas através das atitudes da sua empresa.

Gostou do case e quer ver mais detalhes sobre a "do bem"? Confira o artigo publicado pela revista Exame e a trajetória completa da marca no nosso blog amigo Mundo das Marcas. Para conferir a análise nutricional dos sucos, veja aqui.


Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

A marca participativa da cidade de Bologna

Com uma criação muito interessante de marca participativa a cidade italiana de Bologna (Bolonha) conseguiu chamar a atenção e fazer com que qualquer um possa se sentir parte de sua história. É o design de identidade visual levado a um outro nível, um exemplo de criatividade e criação conjunta de uma marca.

Bologna é uma cidade italiana jovem e cosmopolita, devido ao seu caráter universitário. A cidade possui cerca de 390 mil habitantes e é a sétima maior da Itália em termos de população. Uma cidade como as outras, com qualidades e defeitos, mas que surpreendeu com sua nova identidade visual, que esbanja qualidade e criatividade.


Um concurso (não vou entrar em detalhes) para criar a nova identidade visual de Bologna foi divulgado no ano passado, organizado Urban Center Bologna e endossado pela entidade oficial da cidade. Com um prêmio de 14 mil euros o concurso recebeu mais de 500 propostas, e em novembro de 2013 foi divulgada a identidade ganhadora - os criadores foram uma dupla da cidade de Trieste, Matteo Bartoli e Michele Pastore. Se você quiser veja todas as outras propostas aqui.
O problema, em estudar uma possível identidade visual para a cidade, é paradoxal: primeiro, inserir e trazer à tona na "marca" as múltiplas facetas e percepções infinitas da cidade que constitui o que é Bologna - e de outro lado, prover um sistema com suficiente força e coerência visual para ser percebido como tal, e ser uma ferramenta efetiva de conexão e melhoria tangível de todas essas qualidades." Matteo Bartoli, designer da proposta vencedora
A identidade visual foi implementada e divulgada no início desse ano, e desde ao primeiro olhar, apaixonou e engajou muita gente. O sistema é de complexa projeção, mas de fácil entendimento. Cada letra do alfabeto foi substituída por um signo gráfico e todos esses símbolos foram criados a partir de referências da cidade - mosaicos característicos, vitrais, paredes, o brasão da cidade, entre outros. Em resumo, você pode escrever o que quiser e a cada letra vai se sobrepondo à outra e criando um novo símbolo. Além disso você pode modificar a paleta de cores, as combinações são as mais variadas! Para quem não entendeu veja o vídeo abaixo e depois entre aqui para testar.

Vídeo explicativo de toda a complexidade da identidade visual

Explicação da construção e origens do alfabeto

O visual se torna uma tradução da narrativa e constrói um sistema gráfico em que todos os usuários podem contribuir para a marca. Os significados se multiplicam e as referências visuais também, ao substituir o alfabeto latino por sinais e signos característicos da cidade, e permitir que cada pessoa escreva e veja a marca à sua maneira. As sobreposições funcionam super bem e as transparências são impecáveis, independente da combinação.
Alguns exemplos de aplicativos, a diversidade de usos é gritante

A idéia e execução são ótimas mas o case não é inédito, pesquisando por aí descobri que Lisboa já tinha usado semelhante artefato para criar uma tipografia própria exclusiva, a LX Type. E a história é bem embasada, tem tudo a ver com os valores da cidade. Além disso eles relacionam cada letra com um monumento histórico, você se diverte e acaba conhecendo mais sobre a cidade, isso me pareceu fantástico e super promocional. Entra lá no site da LX Type e confere os detalhes.

É uma identidade visual criativa, mas para mim ela fica apenas nesse âmbito, não conseguindo representar com profundidade a cultura e os valores da cidade, já que no fim são gráficos sobrepostos que podem significar n coisas, inclusive aspectos que não tenham nada a ver com a cidade. Mas de qualquer maneira é uma marca diferenciada, que enche os olhos e engaja. Ela não se encaixaria em diversos mercados ou empresas, mas, para uma cidade que pode significar tanta coisa para tanta gente, cai bem apesar de tudo. Até agora é uma idéia criativa que gerou bom viral, resta inserir profundidade através de uma boa gestão de uso.


Alguns minutos no site e diversas palavras, muito divertido e interativo... mas será que tem profundidade suficiente para representar a cultura e os valores da cidade? Afinal, Bologna pode ser tudo e nada ao mesmo tempo.

Fica a ótima referência para você leitor, espero que tenha gostado! Se divertiu escrevendo nomes lá no site? Mostra aqui no blog! E se conhece mais algum caso de identidade visual nesse estilo participativo manda de sugestão que pode ser publicado.


Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

Netshoes e Reebok com novas identidades visuais

O mês de fevereiro foi movimentado para o setor esportivo, duas grandes marcas anunciaram ajustes em seu posicionamento de mercado e uma nova identidade visual para dar suporte à essas mudanças. Netshoes e Reebok nos brindaram com novidades e agora vamos analisar esses cases e entender o que mudou e por quê.

A brasileira Netshoes, autoridade no mercado nacional, também está presente na Argentina e México agora quer mais. A marca busca se tornar referência global em e-commerce de artigos esportivos, por isso radicalizou e modificou todo o seu posicionamento e identidade de marca, para atrair mais público, atender uma demanda maior e ficar com cara de "gente grande".

Netshoes - mais energia, movimento e jovialidade através de uma tipografia fluida imersa em um gradiente pra lá de vibrante.

A princípio a nova identidade pode chocar com o gradiente vibrante e não agradar aos que estavam acostumados com a seriedade gráfica da marca, mas com um olhar atento e uma cabeça aberta você pode perceber que a marca é bem sucedida na sua comunicação. A nova Netshoes foi resultado de um ano de trabalho da empresa com a consultoria Interbrand, pesquisas com clientes, parceiros e colaboradores foram feitas, tudo para descobrir os novos atributos que a marca deveria refletir. E para mim o trabalho foi bem feito, a nova marca grita - energia, dinâmica e jovialidade - e justifica bem seus valores.

Energia: o movimento do esporte é transmitido aos consumidores, fator apoiado por toda a comunicação visual, que trabalha com imagens que inspiram a prática da atividade física, seja profissional ou por entretenimento. Dinâmica: as formas mais fluidas transmitem a agilidade e melhoria do serviço da empresa, que pode ser visto através da loja virtual mais acessível e fácil de navegar. Jovialidade: o principal target da marca é o público jovem, grande criador de tendências e assíduo consumidor da marca, e a marca está atingindo esse público através de uma campanha forte pelas redes sociais.

Uma identidade impactante, que choca ao primeiro olhar, mas que traduz um pensamento jovem e dinâmico através de uma comunicação uníssona da Netshoes. Ponto pro e-commerce esportivo!

As mudanças já podem ser vistas na loja virtual, nas embalagens, nas redes sociais e nos anúncios publicitários. O novo posicionamento e identidade foram adotados para todos os mercados que a empresa atua, um trabalho bem feito e uma comunicação uníssona da Netshoes, essencial para destacar-se no comércio global digital. Uma marca perfeita para o seu público, colorida, energética e conectada com os jovens atletas.

Outra mudança importante e ainda mais profunda foi a da Reebok, que, tentando ser uma marca mais rentável, ampliou seu mercado e tirou o foco dos atletas profissionais, passando a apoiar esportes de condicionamento físico, tais como crossfit, yoga e aeróbica. A marca passou a abrir mão de contratos tais como da NFL (liga de futebol americano) e da NHL (liga de hóquei) para firmar parcerias com a Les Mills (bodypump e bodycombat) e Spartan Races (corridas de obstáculos), tudo em prol de uma comunicação com um novo público.
Nos últimos 30 anos tivemos sucesso na criação de produtos para atletas de elite de todos os esportes imagináveis, mas não fomos capazes de inspirar suficientemente as pessoas a se moverem. Este é um convite para que todos tomem parte na luta contra o comodismo. Matt O’Toole, executivo-chefe de marketing da Reebok
Para uma mudança tão significativa de posicionamento a marca desenvolveu uma nova identidade visual, totalmente remodelada, que conversasse com o novo público. Abriu mão do seu símbolo para adotar o Delta, um ícone de mudança e transformação. Um choque e tanto, não? A tipografia segue exatamente a mesma, mas o símbolo mudou de uma forma inigualável. Para mim isso não caracteriza exatamente um redesenho, já que uma forma não evolui da outra, apenas substitui a outra, sem qualquer momento lógico de evolução.


Reebok - não pode ser considerado exatamente um redesenho, e sim uma mutação, já que não há uma evolução lógica entre os símbolos.

O novo símbolo conversa bem com o universo fitness que a marca pretende alcançar, mas descaracteriza toda a identidade anterior. Porém, na minha opinião, como a Reebok nunca teve um símbolo tão importante como Adidas ou Nike não é uma grande perda, é uma grande sacada investir em um público que cresce muito e merece atenção. É uma comprovação que a marca não quer mais ser lembrada como antigamente e não tem medo de mudar e assumir com orgulho essa nova postura, ao sair dos esportes de alto impacto para os exercícios cotidianos. Quanto à parte visual, nada criativo, mas nada desastroso também, água com açúcar.

A nova marca, com o símbolo Delta, está sendo lançada esse mês e substituindo a antiga identidade visual em todos os produtos, exceto na linha Reebok Classics. Vamos esperar para ver se a Reebok vai triunfar... na minha opinião, as chances são altas.


E você, o que achou dessas mudanças? Deixe sua opinião abaixo!
Para ver outros cases de redesenho e reestruturação de marca, confere aqui o post sobre a nova marca Visa e sobre a nova marca Philips.


Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner

O fim de uma marca: novo Gate's

O Gate's Pub, um pub londrino com a alma e identidade de Brasília, surpreende seu público e abre mão de 36 anos de história da sua marca para atar-se a uma personalidade efêmera e sem essência. O fim de uma era underground marca o início de uma nova gestão do empreendimento.

O Gate's Pub nasceu em 1978, inspirado pelo estilo dos bares de periferia do Reino Unido. O espaço contava com uma área de jogo de dardos - marca registrada do Gate's - e um pequeno balcão, nada mais. Em meados dos anos 80 ganhou um palco, onde se apresentavam grupos de MPB, jazz, blues e rock, e logo começou a ganhar fama na cidade, que era carente de atrações desse tipo.

Para a Capital do Rock não havia ambiente melhor. Em Brasília, onde nasceram Capital Inicial, Plebe Rude e Legião Urbana, o Gate's funcionava como inspiração e atraía jovens da cidade que buscavam um inferninho com diversão e música de qualidade. Vários nomes importantes - Luiz Melodia, Renato Russo, entre outros - passaram por lá e muitas bandas brasilienses nasceram e se consagraram ali. O Gate's sempre foi conhecido como uma incubadora de novos talentos e incentivador de bandas locais.

Para a Capital do Rock não havia ambiente melhor que o Gate's, incubador de novos talentos e incentivador de bandas locais (imagem: Veja Brasília)

Ao todo o local abrigou mais de 2.000 shows e recebeu diversos prêmios. Tudo isso é reflexo de uma marca forte, com consumidores fiéis, que fez história na cidade. Tanto que, depois de 36 anos e diversos donos, o Gate's continuou adorado pelos saudosistas e freqüentado pela nova geração. O segredo da longevidade? A marca fez durante todos esses anos pequenas mudanças e adaptou sua estrutura ao público sempre que necessário, sem jamais perder seus valores e sua forte identidade: oferecer boa música - nos estilos pop, rock e antigo - em um clima intimista e underground.

Mas quem passou pelo local mês passado se surpreendeu, o Gate's ganhou novos ares e se reinventou totalmente, de Gate's Pub passou a ser Gate's Lounge Bar. Um choque para o público fiel e uma total negação da história da marca, solidificada durante tantos anos. Ao meu ver a nova gestão manteve o nome Gate's para aproveitar sua força, mas trocou a assinatura para tentar, em vão, justificar o crime que cometeu com a marca (uma analogia a esse caso seria comprar o McDonald's, trocar a assinatura, e começar a vender salada).

Antiga e nova identidade visual do Gate's, a troca do teclado por um brasão dourado com coroa já nos diz muito sobre a nova essência do local

A fachada apresenta a mesma arquitetura tradicional, mas encontra-se tapada com uma nova identidade visual, que por si só já nos diz muito da nova essência adotada pela marca. No lugar do tradicional teclado, símbolo do inferninho das bandas locais de pop e rock, um brasão dourado com uma coroa, símbolos elitistas e sem força de identidade. No interior, no lugar do clima underground, um tapete vermelho no fumódromo e Veuve Clicquot decorando o balcão. Parece que a burguesia invadiu de vez a garagem brasiliense. O inferninho de bandas barulhentas agora dá lugar à shows de axé, sertanejo e matinês. Tentam nos dizer que hoje o mercado mudou, o jovem brasiliense mudou. Ele não tem mais tempo para o rock, ele não mais monta bandas de garagem.

Antes e depois: agora o Gate's tem uma fachada maquiada e uma identidade "de tudo um pouco"

Ao invés de recuperar a essência do Gate's, ou fechá-lo de vez para abrir algo novo, a nova gestão da marca resolveu manter o que fazia sucesso (como o nome e o evento Dancin' Gate's) e jogar fora todo o resto, maquiando a marca com clichês efêmeros que geram audiência rápida hoje em dia. Em resumo, não virou uma coisa nem outra, uma identidade foi perdida e nenhuma outra foi criada no lugar. Novos consumidores virão e novas épocas também, mas será que esse gigante do rock pode resistir como sendo "um lugar de modinha"? Para mim não há marca que dure sendo de tudo um pouco.

O rock morreu, bebê.

Se você curte o blog cadastre seu email abaixo e faça parte da nossa rede de amigos! Você vai receber atualizações semanais com os novos posts, imperdível né?


Delivered by FeedBurner