Redesign da Philips, simplicidade nua e crua

Mundialmente conhecida por seus eletrônicos, a gigante holandesa Philips, fundada em 1891, hoje em dia atua em diversos segmentos. Eles mesmos se descrevem como “uma empresa de tecnologia diversificada, focada em melhorar a vida das pessoas por meio de inovações significativas”. 


Na semana passada a empresa divulgou a nova identidade da marca, um redesenho no mínimo nostálgico. O processo renovação foi conduzido pelo próprio time Philips, liderado pelo designer Thomas Marzano, em parceria com a Interbrand, Ogilvy, e OneVoice. O escudo Philips, gerador de identidade da marca, foi apresentado pela primeira vez ao público em 1938, ou seja, 75 anos atrás. A arte é explicada da seguinte forma, onde cada elemento representa: 

Estrelas – faíscas de inovação
Ondas – vidas digitalmente conectadas pela empresa
Círculo – pessoas tocadas no mundo todo.

   

Durante alguns anos a empresa deixou de lado o escudo, trabalhando apenas com a marca tipográfica, resgatando-o em 2008 com pequenas modificações. Porém o que vemos agora é um redesenho mais robusto e até polêmico, pois vai contra a tendência, um passo contra a corrente de degrades, movimento e tridimensionalismo que vemos hoje em dia. Simplicidade crua através de uma cor chapada e espessa. 

De acordo com a empresa a nova versão é “modernizada para o uso na era digital”, ou seja, simplificado para ser usado em qualquer dispositivo eletrônico. A ideia “menos é mais” faz jus à estratégia da empresa, que recentemente entrou no mundo dos Apps e necessita consistência e clareza de imagem. Junto com a marca a empresa trocou o slogan, o que antes era “sense and simplicity” para uma versão mais ousada “inovação e você”. Veja o vídeo de lançamento da nova identidade. 

Logo no início a nova identidade visual dividiu opiniões. O escudo nunca foi um elemento emocionalmente carregado, muito menos autoexplicativo, na minha opinião. Não é uma bela peça de design, mas também não é feio. Ele apenas é, como sempre foi, neutro. Porém o pensamento de clareza na era digital apresenta cases de sucesso (como a Apple) e sempre me agradou muito. O novo escudo parece mais à vontade, apesar da cor chapada e do aspecto bold se notam as linhas mais curvas e fluidas, e os elementos mais simplificados permitem o respiro da informação. As ondas diminuíram e a tipografia ganhou mais consistência para assim facilitar a visualização em telas e em pequenos formatos. 

 O que posso dizer da nova identidade é que ela pode não ser a mais emocional ou chamativa, mas ela realmente é funcional para o seu propósito. Um bom exemplo onde estratégia, objetividade e design andam juntos.