O dia em que a CTIS voltou atrás

A gigante brasiliense de tecnologia da informação mudou a pronúncia do seu nome e travou um embate entre seguir suas origens ou conquistar novos mercados.

À pedidos de alguns leitores hoje o artigo é sobre o caso da mudança de nome da CTIS.

A CTIS foi fundada em Brasília em 1983 para oferecer serviços de informática (CTIS IT Services), em 1986 ela passou também a vender produtos eletrônicos (CTIS Digital) e em 1991 entrou no setor de impressão gráfica (CTIS Printing Center). Isso demonstra a diversidade e audácia dessa empresa, que hoje em dia conta com mais de 10mil funcionários e unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, além de seis em Brasília.


No ano de 2008, devido à rápida expansão de mercado, a empresa resolveu reestruturar sua identidade visual. Hoje em dia quase ninguém se lembra do antigo logo da CTIS com suas letras blocadas em azul.



"O conceito contemplado no planejamento da nova identidade visual da CTIS tomou por base nossa disposição e nossa capacidade para a expansão e a conquista de novos mercados." Avaldir Oliveira, diretor-presidente da CTIS

O processo de construção da nova identidade foi bem alinhado e detalhado, conseguindo ser aplicado a todos os canais da empresa e gerar solidez e padronização. O logo foi totalmente reformulado, um símbolo foi adicionado, as cores ganharam vida e a tipografia ficou mais leve e amigável.

Realmente a empresa cresceu e buscou novos desafios, mas o maior deles foi convencer o público que convivia com a marca há 25 anos a chamá-la de por um outro nome. A justificativa era que nas outras cidades os consumidores chamavam a empresa de - Cê-TIS - e não de - Cê-Tê-I-eSse - como em Brasília. A informação veio através de campanhas veiculadas em jornais e revistas de mídia nacional, sem muitos detalhes, apenas uma pronúncia nova para um nome antigo na boca dos consumidores.


Comentários sobre a empresa encontrados na internet. Não se encontram mais os vídeos e as explicações sobre a mudança de nome, nem citações, nem artigos. Não se encontra nada desse passado recente...

A mudança gerou reclamações dos consumidores e estranhamento na mídia, e um embate foi travado: o consumidor fiel e defensor da marca X o novo mercado nacional que poderia ser conquistado. A empresa estava maravilhada com o novo público que poderia conquistar e deixou suas origens para poder ganhar o Brasil. A CTIS manteve essa decisão por 4 anos, e no fim de 2012 lançou o seguinte vídeo.


Sim, a gigante CTIS voltou atrás e entendeu o consumidor que sempre esteve com ela. Voltou ao seu público, reconheceu suas origens e arrumou uma parte da confusão. Além disso fez uma boa analogia com o ator Murilo Rosa, que quase ninguém sabe que nasceu em Brasília, mas que tem orgulho do seu berço. A CTIS quis novamente ter orgulho de ser brasiliense.

Fica a lição: uma boa marca deve ser capaz de se expandir e conquistar novos mercados sem se esquecer da sua origem, pois é a origem que dá significado à sua essência.


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